O QUE DEVE SER ENSINADO NOS ENSINOS FUNDAMENTAL E MÉDIO?[1]
Por: Everton Marques de Carvalho[2]
Antes de começar a estudar sobre Ensino de História tinha a concepção de que “o Ensino de História era uma disciplina que deveria tratar de como deve ser a aula de História, de como o professor deve moldar os conteúdos estipulados pelo planejamento e pelo currículo escolar para torná-los agradáveis aos estudantes”.
Noto que essa era uma concepção diferente (para não dizer errada). Os textos lidos e comentados em sala de aula, as orientações do professor, e as leituras autônomas, mas orientadas, me mostraram que essa minha concepção sobre Ensino de História precisava ser reformulada.
O Ensino de História deve ter como objeto de pesquisa as temáticas trabalhadas na sala de aula. Partindo da concepção da História Social Vista de Baixo, de que a função da História é dar a quem a estuda uma noção de identidade (SHARPE, 1992), e da proposta de Nicholas Davies (As camadas populares nos livros de História do Brasil, 1997), que propõe um ensino de História que tenha a função de prover os estudantes de um conhecimento que seja capaz de melhorar a sociedade a qual vivem.
Somando essas concepções prévias sobre ensino de História, com o que foi explanado até agora na disciplina, percebo que o Ensino de História tem como objeto as temáticas abordas nas aulas de História, os conteúdos, o que deve ser trabalhado especificamente dentro de cada conteúdo, esse deve ser o objeto de estudo do Ensino de História enquanto disciplina acadêmica, enquanto campo de estudo.
Outra conclusão que os estudos que até agora foram realizados na disciplina permitem fazer é a proposta por Nicholas Davies (As camadas populares nos livros de História do Brasil, 1997), que propõem uma aula de História (nas escoas de Ensinos Fundamental e Médio) na qual o temas trabalhados sejam pertinentes à classe social dos estudantes, que os grandes movimentos sociais sejam estudado tendo em vista a participação das pessoas da classe social dos estudantes.
Isso faz com que os estudantes, principalmente os oriundos das classes média-baixa e baixa, classes que acabam por ser excluidas da cena histórica, se sintam sujeitos ativos, portadores de História, criando assim, como propõe Jim Sharpe, uma identidade histórica, e um consequente gosto pelo estudo da História e consequentemente pelas outras disciplinas acadêmicas a qual tem de estudar.
Referências
DAVIES, Nicholas. “As camadas populares nos livros de História do Brasil.” Pinsky, Jaime (Org.). O Ensino de História e a criação do fato. 7ª Ed. São Paulo: Contexto, 1997. pp. 93-104.
SHARPE, Jim. “A História vista de baixo.” BURKE, Peter (Org.). A escrita da História: novas perspectivas. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Editora Unesp, 1992. pp. 39-62.
[1] Atividade avaliativa apresentada à Disciplina Laboratório de Ensino de História, ministrada pelo Professor Sérgio Armando Diniz Guerra Filho, no 5º período da Licenciatura em História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
[2] Graduando em História pela UFRB, em Pedagogia pela Faculdade Adventista da Bahia,
e-mail: everton.mdecarvalho@yahoo.com.br.
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