domingo, 3 de julho de 2011

Sobre o Coronelismo na Região Norte


Os fatos ocorridos no Pará em maio de 2011 lembram e muito o tempo em que os coronéis eram figuras comuns nas áreas rurais do Brasil, os primeiros anos da república. Tempos nos quais o fazendeiro explorava os trabalhadores rurais, expulsavam-nos de suas terras ou coisas parecidas. Não havia leis que protegessem esses trabalhadores, mas por um simples motivo, os legisladores eram os próprios fazendeiros, eles eram os vereadores, os deputados e senadores.
Muitos foram os que lutaram por melhores condições, na Amazônia se destacam nomes como Chico Mendes, Ajuricaba, Doroty Stang. Luaram não só pelos direitos dos trabalhadores, mas lutaram pela sustentabilidade da floresta, pela defesa da posse da terra aos povos indígenas. Uma vez que na Amazônia, houve um incentivo por parte dos governos à pecuária extensiva, ao desmatamento, e a outras tantas atrocidades que são constantemente cometidas e simplesmente fecham-se os olhos dos que deveriam defender a floresta, que não se sabe por que milagre ainda está sob domínio brasileiro.
Por último Maria do Espírito Santo, punida por coronéis do Século XXI, como José Sarney, Jader Barbalho, o (ainda bem) já falecido Antônio Carlos Magalhães e tantos outros que fizeram dos seus estados seus quintais, onde as suas vontades vigoravam sob a forme de leis locais.
Maria do Espírito Santo morreu porque defendeu melhores condições de trabalho para os seus semelhantes, pois sabe-senão de agora que na região norte a escravidão não acabou no 13 de maio de 1888, nem com a Constituição de 1988, tampouco acabara nesta década se as ações de combate a esses regimes de trabalho continuarem da mesma forma.
Essas mortes são mais que outra coisa uma denúncia, uma denúncia de que algo precisa ser feito, porque nessas regiões ainda se vive no meio de coronéis como na República Velha, em meio a ameaças e a regimes exploratórios de trabalho, nos seringais, nas fazendas de gado, nas serrarias e assim por diante.

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