O blog História e Sala de Aula manteve sempre o objetivo de manter a religião fora de qualquer
cogitação, mas, em virtude de fatos que ocorreram em escolas religiosas no
Brasil, em virtude do novo cenário psico-social, uma nova maneira de pensar se
perpetuou na pós-modernidade, principalmente a partir da virada do século XX
para XXI. Os incontáveis conflitos que ocorreram desde sempre, simplesmente por
que indivíduos ou grupos têm formas de pensar diferentes.
As guerras
entre Israel e Líbano, a perseguição aos judeus na Alemanha Nazista, as
inúmeras execuções na Idade Moderna na Europa simplesmente porque não se
aceitava uma fé diferente da Católica, assim como o conflito armado mais antigo
da história da humanidade, a guerra de Darfur na África Oriental são exemplos
disso.
“Em nome de
Deus” seja ele Alá ou Yavé milhões morreram e outros milhões ainda morrerão
enquanto tais ideologias imperarem. A religiosidade foi, desde sempre, a raiz
de todos os preconceitos, preconceitos religiosos, ligados à cor da pele, à
opção sexual, à forma de culto foram criados com base em interpretações
parciais das escrituras religiosas, traduções e reedições distorcidas, direcionadas
a interesses de grupos dominantes. Sendo assim, permite-se afirmar que uma
sociedade cada vez mais tolerante, culturalmente mais diversificada só será
possível quando o elemento religioso for cada vez menos presente.
Em dias em
que a Inquisição tem um poder mínimo e o direito à vida é defendido internacionalmente,
não se mata explicitamente por ter uma cor de pele diferente, ou por ter uma
forma de ver o mundo diferente, não se mata por ter uma opção religiosa
diferente ou por ter uma opção de gênero diferente da que foi biologicamente
predeterminada. Mas a sociedade fundamentada nos padrões cristãos europeus,
pauta-se na separação, enquanto as partes que eles usam na Bíblia para
justificar essa separação, enquanto a teoria bíblica leva a agregação, a
assimilação das diferentes culturas.
Por mais que os
cristãos pratiquem suas doutrinas em nome de um Deus que não faz acepção de
pessoas gêneros ou cor de pele, os próprios cristãos criam preconceitos entre
eles mesmos. Católicos e protestantes, protestantes e adventistas e assim por
diante. Demonizam qualquer prática religiosa, por mais que seja cristã,
simplesmente por ser uma prática diferente da sua, simplesmente porque atrai
seguidores que eventualmente estariam sua doutrina, aí é que se encontra a raiz
do preconceito, quanto menos fiéis, menos entrada de caixa, ou melhor, menos
ofertas, menos dinheiro, menores cotas para os ministros e administradores das
corporações, ou melhor, das igrejas.
O que se
percebe as Igrejas (denominações religiosas) nada mais são que organizações
econômicas, indústrias da alienação, que fazem o uso de uma lavagem cerebral
com tamanha sofisticação que quem a sofre, diz submeter-se a tal manipulação de
maneira voluntária. Constroem escolas
que não passam de campos de concentração, onde milhares de mentes são
manipuladas todos os dias, escolas como as que aparecem em Anotherbrick in the wall, onde a diversidade e a liberdade são cerceadas
e o racismo, a homofobia e o preconceito religioso são ensinados todos os dias
em cada aula, cada momento de culto.
Essa indústria
de manipulação de mentes e de alienação precisa ser freada, pois do contrário
regressaremos à mentalidade medieval, e matar-se-á por motivos religiosos, por
haver uma diferença na cor do chapéu ou da camisa, ou porque uma mulher usa
calças ou deseja trabalhar fora de casa. O outro será demonizado simplesmente
por ser o outro, e não por ser o semelhante, em pleno século XXI a inquisição
ainda impera, e preconceitos medievais estão nas mentalidades das pessoas. Tão logo
a humanidade se encontrará no cenário pós apocalíptico retratado em O livro de Eli, em que a religião destrói
o mundo e deter a Bíblia em sua estante significa controlar a humanidade, o que
já é verdade em nossos dias, já que a maioria dos valores que nos são ensinados
estão pautados em preceitos religiosos.